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O sonho do sete-cores

Esta Maria bola promove a idéia do combate à captura e à criação ilegal de animais silvestres.

O sonho do sete-cores. Texto de Luana Teixeira, ilustração de Kaue Oliveira, organização de Clarice Ferreira, Produção de Biscuitar e editora IMA-AL.

Ao caminhar, todos deixamos sinais.

Vamos ler esta aventura!?

– O que houve? Porque essa cara de espanto, Senhor Sete-Cores?

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– Bom dia, Maria Bola. Pois então, essa noite eu tive um sonho estranho, muito estranho… Sonhei que estava em um lugar escuro, eu não sabia onde, mas não era aqui na mata. Quando clareou, eu percebi que havia grades em volta de mim. 

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Eu estava preso, isolado, longe de minha família e dos meus amigos! E eu não tinha feito nada! Comecei a chorar e depois a cantar de tristeza, primeiro baixinho… Cada nota que saia de meu bico era a dor de um momento bom que eu já tinha vivido. 

– Aos poucos, meu canto foi ficando mais alto e algumas pessoas vieram me ver. Elas me olhavam, com admiração e alegria, enquanto eu estava chorando por dentro.

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Quanto mais triste eu cantava, mais eles gostavam. 

E assim eu fiquei, dia após dia, num sofrimento que me esvaziava o peito em cada nota e, aos poucos, eu ia morrendo de melancolia. Quando achei que já não tinha mais jeito, aconteceu uma coisa maravilhosa! 

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Vieram outras pessoas e levaram a gaiola em que eu estava. Cheguei num lugar diferente, onde havia muitos outros pássaros tristes como eu.

Tinha o galo-de-campina, o papagaio-verdadeiro, o canário-da-terra…. E também outros animais, como a preguiça, o macaco-prego e o gato-do-mato.

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Estávamos todos tão assustados que sequer conversávamos entre nós!…Mas nos olhávamos e sabíamos que compartilhávamos uma história parecida de termos sido capturados na mata.

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Com o passar dos dias as coisas se acalmaram… Cuidaram da gente, nos trouxeram alimentos e, uma certa manhã, todas as gaiolas foram levadas para a mata. Dos nossos olhos, antes tristes, começou a surgir um brilho novo, coisa mais linda de ver!

Quando novamente estávamos perto dos rios, das árvores e das minhas bromélias queridas, foi uma alegria tão grande que tomou conta do nosso coração!!! Começamos a cantar como nunca… E foi o canto mais lindo do mundo! 

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E todos os bichos da mata vieram ver o que acontecia, saber que canto maravilhoso era aquele que dava para ouvir de longe, muito longe. De repente, uma a uma, as gaiolas começaram a ser abertas. 

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Quando chegou a minha vez, eu saí rápido em direção ao céu, voei, voei feliz e livre. E o canto daquela tarde continuou soando na mata, bonito e inesquecível, um som de alegria e liberdade!

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E todos os bichos da mata vieram ver o que acontecia, saber que canto maravilhoso era aquele que dava para ouvir de longe, muito longe. De repente, uma a uma, as gaiolas começaram a ser abertas. 

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– Nossa, que sonho, heim! Que bom que acabou tudo bem! Pena que nem todos os animais capturados aqui em Alagoas têm a mesma felicidade… Vamos conhecer um pouco mais do trabalho do IMA para fiscalizar e reintroduzir os animais silvestres em seu habitat original.

Núcleo de Gestão Faunística – GEFAU

No ano de 2015, através da Portaria nº 20, foi criado um Núcleo de Gestão de Fauna no IMA/A, tendo em vista a necessidade desse trabalho em nosso Estado.  Em paralelo, com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica nº 30 entre IMA, IBAMA e SEMARH – que contempla a transferência de conhecimentos, sistemas e compartilhamento de estruturas e atuação coordenada – foi criada uma parceria estreita entre o Instituto e o IBAMA para desenvolvimento dos trabalhos inerentes ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS).

Atividades desenvolvidas no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS)

É no CETAS que todos os animais resgatados, apreendidos em ações de fiscalização ou entregues de forma voluntária através de populares são avaliados por equipe técnica especializada e capacitada a fim de se verificar a necessidade de tratamento e reabilitação dos espécimes e posterior devolução ao habitat natural.

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A equipe de atuação direta do IMA no CETAS é composta por veterinário, biólogo, tratadores terceirizados e analistas ambientais do IBAMA/AL.

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Alagoas 26.149 animais, entre eles, 22.098 (84,51%) eram aves, 2.894 (11,07%) répteis e 977 (3,74%) mamíferos. Todos os animais foram submetidos a procedimentos de acordo com a Instrução Normativa ICMBio nº 23: identificação taxonômica, marcação individual, avaliação clínica, física e comportamental, reabilitação e destinação.  

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Aproximadamente 16.400 animais foram soltos, em 226 solturas distribuídas em 26 municípios alagoanos, sendo 18 áreas dentro do Bioma Mata Atlântica e oito no Bioma Caatinga. Outros 343 animais foram repatriados para os Estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Goiás, ou foram destinados para zoológicos e criadouros comerciais e conservacionistas para compor plantel.

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A porcentagem de óbito é de 20%, geralmente ocasionada pelas condições que os animais chegam ao Centro. A predominância das aves revela uma importante preferência por este grupo no tráfico de animais silvestres.

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Alagoas se torna referência em cuidados com os animais. A quantidade que dá entrada no CETAS-AL é alta quando comparado a outros CETAS de grandes cidades e Estados, que são referência no manejo e no cuidados de animais silvestres. 

Papagaio-verdadeiro: mede de 35 a 37 cm e está presente na Caatinga, porém sem registro há anos em Alagoas. Come sementes e frutos. Status de conservação: quase ameaçada.

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Ferreiro/ araponga: mede cerca de 27cm e está  presente na mata atlântica. Come frutos e insetos. Status de conservação: espécie vulnerável.

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Mutum-de-Alagoas/ mutum-do-nordeste: mede cerca de 83 cm e está sendo reintroduzido na mata atlântica de Alagoas. Come frutos. Status de conservação: Extinto na natureza.

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Canário-da-terra: mede cerca de 13, 5 cm e está presente na Caatinga e Mata Atlântica. Come grãos e sementes. Status de conservação: pouco preocupante.

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Galo-de-campina/ cardeal-do-Nordeste/cabeça-vermelha: mede cerca de 17, 2cm e está presente na Caatinga. Come grãos e sementes. Status de conservação: pouco preocupante.

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Salamanta: mede cerca de 1,80m e está presente na Caatinga e Mata Atlântica. Come pequenos vertebrados. Status de conservação: pouco preocupante.

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Gato-do-mato: mede cerca de 50cm e está presente na Caatinga e Mata Atlântica. Come pequenos vertebrados. Status de conservação: em perigo.

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Mocó: mede 25 cm e está presente na Mata Atlântica. Come capim e frutos. Status de conservação: vunerável.

Pintor-verdadeiro/ sete-cores: é um pássaro muito importante no ecossistema das matas. Graças a ele nascem bromélias no topo das árvores mais altas, pois ele espalha as sementes próximo de onde faz seus ninhos. Devido à sua bela plumagem, o sete-cores é um dos pássaros mais procurados por traficantes de animais e está hoje ameaçado de extinção.  

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Seu status de conservação é de espécie vulnerável. . Ainda sequer conhecemos todos os animais de nossas matas e já estamos ameaçando a existência de outras espécies. A preservação da fauna é um dever de todos. Nunca compre, cace ou aprisione animais silvestres capturados ilegalmente na natureza.  

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Tatu-bola-da-caatinga: mede cerca de 40cm e está presente na Caatinga, porém sem registro há anos em Alagoas. Come pequenos invertebrados e vertebrados. Status de conservação: em perigo.

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Preguiça-comum: mede cerca de 80 cm e está presente na Mata Atlântica. Come frutos e brotos. Status de conservação: pouco preocupante.

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Xexéu/ japim/ japim-xexeu/ japuíra/ joão-conguinho/xexéu-de- bananeira: mede de 22 a 25cm e está  presente na região da mata atlântica. Come sementes e frutos. Status de conservação: pouco preocupante.

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Macaco-prego-galego: mede cerca de 36,8cm a 40 cm e está presente na Mata Atlântica e Caatinga. Come frutos, pequenos invertebrados e vertebrados. Status de conservação: em perigo.

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Uma espécie nova: Nas bromélias que o sete-cores ajuda a preservar, há poucos anos atrás foi descoberto o Coleodactylus Elizae. Desconhecido até 2012, o lagartinho foi identificado por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas.

Um órgão que protege o meio ambiente

O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas, também conhecido como IMA/AL, tem 30 anos e é responsável por executar a legislação ambiental em todo o território alagoano.

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Entre as principais atividades estão: licenciamento ambiental, fiscalização e monitoramento, educação ambiental, reconhecimento e gestão das Unidades de Conservação, gestão dos remanescentes florestais; análise de laboratório, proteger a flora e a fauna nativas, assessorar o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram).

 


Proteger o meio ambiente é garantir a vida de diversas espécies, inclusive a nossa, dos nossos filhos e dos nossos netos!

 


Para mais informações acesse: ima.al.gov.br, procure nosso perfil nas redes sociais (ima.alagoas); baixe os aplicativos (Nossa Praia e IMA Denuncie) de modo gratuito e disponível para sistemas Android e iOS, ou entre em contato através dos telefones: 0800 082 1523 (canal verde), 988339404/988339409 (educação ambiental  projetos Nossa Praia e Alagoas Mais Verde), 988676515 (fauna), 988339415 (herbário).

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Expediente:

Estado de Alagoas
Renan Calheiros Filho – Governador
Luciano Barbosa – Vice-governador
Gustavo Ressurreição Lopes – Diretor-presidente IMA/AL
Leonardo Vieira – Assessor Executivo de Gestão Interna IMA/AL
Cartilha
Luana Teixeira – pesquisa, desenvolvimento de textos e personagens
Kauê Oliveira – ilustrações, diagramação, WEB e EPUB
Clarice Maia F. de Amorim, Gustavo Ressurreição Lopes – organização
Biscuitar – produção executiva
Apoio (informações e identificação de espécies)
Gabriela Mota Gama, Ana Cecília Pires de Azevedo Lopes e Epitácio Correia (fauna)
Pedro Lins Normande, Meraldo Rocha e Paulo Lira Dantas (projetos de educação ambiental) Rosângela P. de Lyra Lemos (flora).

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